Os pacientes e funcionários da maternidade do Hospital Santa Catarina, no Bairro Potengi, Zona Norte de Natal, estão a quase um mês enfrentando o calor no Centro Obstetrício, devido aos aparelhos de ar-condicionado estarem quebrados. Segundo Gleisse Aguiar, médica da unidade, o local também sofre pela falta de leitos. Em seu último plantão nessa segunda-feira (19), grávidas em trabalho de parto tiveram que ficar sentadas em cadeiras. “Éramos sete obstetras, mas estávamos de mãos atadas”, relatou a médica.
“Na segunda-feira, as camas estavam com as pacientes pós-parto, e as grávidas em trabalho de parto tiveram que ocupar as cadeiras destinadas a pacientes que são submetidas a procedimentos rápidos. É uma bola de neve, não há enfermaria lá dentro, então não tem como esvaziar. Chegou um momento em que até as cadeiras acabaram”, afirmou a médica.
Nesta quinta-feira (22), o número de grávidas no local parecida menor, mas a situação não era muito diferente. Francisca do Nascimento, 36, grávida de oito meses, moradora de Pajuçara, ficou sentada no corredor a espera de atendimento médico por pelo menos três horas. “Estou com ânsia de vômito, dor de cabeça e cólicas, fiquei preocupada e cheguei aqui às 7h, mas até agora (10h), continuo sentada nessa cadeira”, afirmou. Sandra Maria, 30, deu a luz a sua filha há quase um mês e foi ao hospital nesta quinta para uma consulta. Ela conta que teve que passar pelo menos 20 dias na unidade porque sua filha ficou na UTI, e que, durante todo esse período, o ar-condicionado de sua sala estava quebrado. “Eu trouxe um ventilador de casa para suportar o calor, tive até problema de pressão devido a isso”.
Maria Isiara, 32, estava grávida de três meses mas, no último sábado (17), teve um sangramento e procurou o hospital onde mora, em Touros. Ela conta que o médico constatou a morte de seu filho e a encaminhou para o Santa Catarina para retirar o feto, mas ao ser atendida na unidade, foi liberada para casa. “Na terça-feira, o médico aqui do Santa Catarina fez uma nova ultra e disseram que não havia feto e que o meu sangramento não era de aborto. Voltei para casa sem entender e, hoje, o sangramento está ainda pior. Ninguém me explicou nada direto, ficamos sem saber o que fazer”, contou Isiara, que também aguardava no corredor desde o início da manhã.
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesap), por meio da assessoria de imprensa, confirmou que a maioria dos ar-condicionados em quase todos os setores da unidade estão quebrados devido a uma pane no sistema. Na última terça-feira (20), a diretora administrativa da unidade esteve na secretaria para tentar resolver a situação, e um engenheiro eletricista visitará o setor de obstetrícia ainda na tarde de hoje para solucionar o caso.
Fonte: DNOnline
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